O setor financeiro enfrenta um cenário desafiador com o aumento exponencial das ameaças cibernéticas e fraudes.
A convergência entre prevenção a fraudes e cibersegurança surge como uma abordagem estratégica essencial para mitigar riscos e fortalecer a defesa contra-ataques sofisticados, especialmente no contexto de instituições financeiras de médio porte.
Este artigo explora a relevância dessa integração, apresentando dados alarmantes e estratégias para aprimorar a segurança cibernética e antifraude no setor financeiro.
Cenário atual: ameaças e desafios
A edição mais recente do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do Banco Central do Brasil destacou que, apesar da maturidade elevada na gestão de crises cibernéticas por parte das instituições financeiras (IFs), ainda há pontos de atenção que demandam aprimoramento. Entre os principais desafios apontados estão:
- A necessidade de exercícios cibernéticos para capacitar as instituições a responderem a crises sistêmicas de forma coordenada.
- Melhoria no tratamento de incidentes relevantes envolvendo provedores terceirizados, refletindo a importância de parcerias seguras.
- Manutenção de treinamentos regulares para equipes internas, fortalecendo a preparação para crises.
O Banco Central também enfatizou que o objetivo das IFs deve ser a criação de estratégias robustas que impeçam riscos sistêmicos capazes de comprometer o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Somando-se a isso, uma pesquisa Datafolha revelou perdas de R$ 71,4 bilhões em 12 meses devido a fraudes, como golpes envolvendo PIX, boletos falsos e cartões de crédito. Esses dados reforçam a urgência de ações coordenadas e proativas no combate às ameaças.
As fraudes e os ataques cibernéticos estão frequentemente ligados, especialmente no contexto atual de obtenção de dados e informações que podem ser úteis para cometer fraudes. A combinação das estratégias de prevenção de fraudes e cibersegurança pode ser uma grande aliada das instituições financeiras, integrando dados, sistemas, processos e pessoas para criar uma defesa adaptativa e abrangente. Estatísticas recentes mostram que 58% dos executivos consideram essa questão uma prioridade para os próximos anos, enquanto 60% relatam aumento nos incidentes fraudulentos. Globalmente, as perdas financeiras associadas a fraudes e ataques cibernéticos já alcançam US$ 130 bilhões.
A EY Brasil desenvolveu um framework antifraude baseado em sete áreas interligadas: governança, abordagem de riscos, pessoas, políticas e procedimentos, sistemas de prevenção e detecção, dados e inteligência, e educação do cliente. Esse modelo permite que as instituições financeiras:
- Detectem fraudes de maneira mais eficaz, utilizando fontes internas e externas de dados.
- Aprimorem a governança, assegurando supervisão independente dos controles e alinhamento estratégico.
- Fortaleçam a experiência do cliente, com uma melhor jornada que reduz o impactos das fraudes e eleva a confiança no sistema financeiro.