Apesar disso, algumas instituições estão tentando ser mais transparentes. As empresas gestoras de ativos e patrimônio melhoraram as taxas de divulgação de parâmetros ambientais de forma significativa, passando de 59% em 2018 para 69% em 2021. As taxas de divulgação tanto para bancos como para seguradoras foram de 66% em 2018, aumentando para 68% e 70%, respectivamente, em 2021.
As instituições europeias registram as mais altas pontuações de ESG e as mais altas taxas de divulgação ambiental. A taxa média de divulgação para as instituições europeias sobre parâmetros ambientais foi de 84% em comparação com apenas 58% para seus pares norte-americanos. Isso se deve em grande parte ao foco dos reguladores europeus que introduziram mais regulamentações para promover a transparência (por exemplo, a Diretiva de Relatório de Sustentabilidade Corporativa ou CSRD), em comparação a outras regiões.
Progresso lento na questão das emissões de carbono
As instituições financeiras têm se esforçado para progredir em matéria de emissões de carbono. Ao divulgar os dados sobre emissões financiadas (ou seja, emissões atribuíveis a empresas que são financiadas por empresas de serviços financeiros), dos 226 bancos que se inscreveram na Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF), apenas um terço informa seus números no site da PCAF.
De forma mais ampla, apenas um terço das empresas divulga seus dados de escopo 1-3 de emissões de carbono. Aproximadamente 40% das entidades que relatam dados de emissões de forma consistente não conseguiram reduzir as emissões de 2018 a 2021. Considerando o quesito intensidade de emissões de carbono (a emissão média por US$ 1 milhão em ativos, ativos sob gestão (AUM) ou prêmios brutos emitidos):
- Os bancos integrantes do índice relataram uma emissão média de 1,18 toneladas por ativo de US$1 milhão em 2021, acima das 0,85 toneladas em 2018.
- As seguradoras relataram uma emissão média de 6,49 toneladas por US$1 milhão de prêmios brutos emitidos em 2021, quase dobrando as 3,32 toneladas relatadas em 2018.
- As emissões dos gestores de ativos e patrimônio foram estáveis em 0,09 toneladas por US$1 milhão de AUM durante todo o período de 2018 a 2021.
A redução nas emissões de carbono só pode ser alcançada aumentando os investimentos alinhados ao clima e os fluxos financeiros, com uma mudança simultânea do investimento em projetos referentes a emissões intensivas nos próximos anos. Como mais instituições de serviços financeiros divulgam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas a seus empréstimos e investimentos, é provável que a intensidade das emissões financiadas aumente. Essa posição pode piorar no curto prazo - já que a atual crise energética pode exigir maiores investimentos em produtores de energia de alta emissão de carbono, como o carvão, bem como no médio prazo - à medida que um maior financiamento é exigido pelos setores em transformação (brown sectors) para a transição. Isto aponta para um desafio particular: será difícil entender como as emissões estão realmente evoluindo até que seja estabelecida uma linha de base, pautada por um entendimento consistente e metodologias de cálculo. Entretanto, uma maior transparência ajudará as instituições financeiras a empreenderem ações informadas à medida que descarbonizam suas carteiras.
Prioridades máximas na agenda da sustentabilidade
Outra área de oportunidade destacada pelo SFI é o alinhamento das ofertas de produtos às estratégias "verdes". Atualmente, menos da metade de todas as instituições financeiras informa que oferece produtos ou soluções verdes. Os bancos são os retardatários aqui, enquanto as seguradoras e os gestores de ativos e patrimônio têm registrado avanços significativos.
Cerca de 70% das instituições na Europa e na região da Ásia-Pacífico oferecem produtos verdes, em comparação a apenas 20% na América do Norte. No entanto, as empresas e reguladores precisam considerar as práticas de "lavagem verde" (greenwashing) como uma das ameaças que poderiam prejudicar o esforço para proteger o meio ambiente e alcançar a sustentabilidade.
A melhoria da divulgação dos riscos ambientais que estão embutidos nas cadeias de valor, modelos de negócios e operações deve ser prioridade. A taxa média de divulgação destes riscos aumentou de 20% em 2018 para 31% em 2021. Apesar dos ganhos, hoje apenas 36% dos bancos, 35% das seguradoras e 34% das gestoras de ativos e patrimônio fornecem estas informações.
Dados sobre o uso de fontes de energia renováveis seguem o mesmo padrão: o aumento de apenas 19% em 2018 para 30% hoje representa um estímulo, mas a maioria das instituições ainda não divulgou estas informações.