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Como as maiores empresas familiares estão superando o crescimento econômico global

O 2023 EY and University of St.Gallen Family Business Index (Índice de Empresas Familiares) revela que as maiores empresas familiares estão crescendo mais rápido do que a economia global.


Em resumo

  • As 500 maiores empresas familiares geram receita de US$ 8,02 trilhões – um aumento de 10% em relação a 2021.
  • O ingresso de novos entrantes, principalmente da Europa (35%), está representado, majoritariamente, por entidades com registro em bolsa (62%). Quase metade (47%) advém da indústria, refletindo a recuperação do setor.
  • As mulheres ocupam apenas 23% dos assentos no conselho, indicando que mais precisa ser feito para fechar essa lacuna.

Coletivamente, as empresas familiares incluídas no Índice de Empresas Familiares de 2023 da EY e da Universidade de St.Gallen geraram US$ 8,02 trilhões em receita – um aumento de 10% em relação ao Índice de 20211

Segundo o Fundo Monetário Internacional 2 , a economia global cresceu 6% em 2021, com previsão de crescimento de 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023. Isso significa que as empresas familiares têm crescido quase o dobro da taxa das economias avançadas e cerca de uma vez e meia a taxa dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento.

Entre elas, as 500 empresas do Índice empregam 24,52 milhões de pessoas, alta de 1,4% em relação a 2021, e estão distribuídas em 47 jurisdições diferentes. 

O Índice destaca, mais uma vez, a enorme contribuição das 500 maiores empresas familiares do mundo para a economia global. De fato, sua contribuição é tão significativa que, se fossem uma economia nacional, seriam a terceira maior entre o clube das 19 “economias de trilhões de dólares 3 ” que existem no mundo, depois dos EUA e da China. 



As 500 maiores empresas familiares geram coletivamente US$ 8,02 trilhões em receita e empregam 24,5 milhões de pessoas em todo o mundo.



Onde estão sediadas as maiores empresas familiares?

Europa, Oriente Médio, Índia e África (EMEIA)

A Europa tem uma forte tradição de empresas familiares, impulsionada pela Alemanha, segundo maior contribuinte do Índice em número de empresas (78), receita combinada de US$ 1,13 trilhão e número de colaboradores (3,35 milhões). A Alemanha continua a ser a base de quase um terço (31%) das maiores empresas familiares da EMEIA. 

A idade média das empresas alemãs no Índice é de 109 anos, e a Alemanha abriga a empresa europeia mais antiga do Índice – a empresa de ciência e tecnologia, a Merck KGaA. Uma das empresas alemãs, a varejista Schwarz Group, está entre as 10 maiores empresas familiares do mundo. 

No geral, mais da metade (50,4%) das empresas do Índice estão sediadas na EMEIA. Suas receitas combinadas são de US$ 3,46 trilhões – 43,2% do valor total do Índice. A Europa sozinha contribui com US$ 3,05 trilhões disso e, ao fazê-lo, supera pela primeira vez a marca de US$ 3 trilhões em receitas combinadas.

A Índia, com a maior população da EMEIA e a segunda maior do mundo, entrou no top 10 das maiores empresas familiares pela primeira vez no Índice deste ano. Isso graças ao conglomerado Reliance Industries, que subiu da 12ª para a 10ª posição no Índice. Além disso, a Índia é o quarto maior contribuinte do Índice em termos de receita combinada de suas empresas (US$ 365 bilhões).

Américas

Dado seu domínio como a maior economia do mundo, não é surpresa que os EUA tenham contribuído com quase um quarto (23,6%) das empresas em destaque e mais de um terço (34%) da receita gerada coletivamente. Somente os EUA contribuíram com 80,2% (US$ 2,72 trilhões) da receita combinada gerada pelas Américas no Índice de 2023. Sete das 10 maiores empresas familiares do mundo estão sediadas nos EUA. Apesar de ter significativamente menos empresas no Índice do que a EMEIA, as Américas quase igualaram a contribuição de receita da EMEIA para o Índice, com um total de US$ 3,4 trilhões.

Ásia do Pacífico

O número de empresas com sede na Ásia do Pacífico subiu para 79 no Índice de 2023, contra 74 em 2021 – um aumento de 6,8%. Esse número vem crescendo de forma consistente desde a primeira edição do Índice em 2015, quando foram relacionadas 61 empresas da região. A Ásia do Pacífico não sofreu uma tendência negativa durante esse período.

Além disso, a receita combinada das empresas da Ásia do Pacífico ultrapassou a barreira de US$ 1 trilhão pela primeira vez este ano. O aumento da receita média de uma empresa, em comparação com o Índice anterior, também foi maior na região. A empresa média da Ásia do Pacífico aumentou sua receita em 15%, ou quase US$ 2 bilhões, desde a edição anterior do Índice.

Hong Kong continua respondendo pelo maior número de empresas familiares (18) na Ásia do Pacífico, enquanto a Coreia do Sul continua respondendo pela maior parcela (30%) da receita combinada da região de US$ 1,16 trilhão. A maior empresa sul-coreana no Índice é o SK Group. 

Que tipos de negócios compõem o Índice de 2023?

O Índice continua a ser dominado por empresas familiares de bens de consumo, que compõem cerca de 40% do Índice de 2023 em termos de contribuição de receita (39%) e número de negócios (37%). Outro setor onde as empresas familiares estão fortemente representadas é o de manufatura avançada e mobilidade (AM&M), que compreende 27% do Índice em termos de receita. 

No geral, cerca de dois terços das empresas no Índice (66%) operam no setor de Bens de Consumo ou Manufatura e Mobilidade Avançada (AM&M). Este ano, o número de empresas AM&M no Índice é o maior de todos os tempos, enquanto o número de empresas de bens de consumo ainda está ligeiramente abaixo do pico de 2017. O domínio do setor de bens de consumo é impulsionado principalmente por sua participação no Índice nas Américas (47% das empresas nas Américas são baseadas no consumidor, em comparação com 19% operando na AM&M). 

Na EMEIA e na Ásia do Pacífico, os setores de bens de consumo e AM&M estão quase empatados em termos do número de empresas que aparecem no Índice. Em termos de receita, no entanto, a empresa AM&M média na Ásia do Pacífico tem US$ 16 bilhões em receita, em comparação com US$ 11 bilhões para a empresa média no setor de bens de consumo. A EMEIA tem uma tendência diferente, com a empresa média de bens de consumo auferindo US$ 14,6 bilhões em comparação com US$ 13 bilhões em média para empresas do setor de AM&M.

Como a composição do Índice está mudando?

Quase metade (47%) dos novos participantes do Índice de 2023 vem da região EMEIA, com negócios nas Américas e Ásia do Pacífico representando 26,5% cada. “A composição do Índice está estável com apenas 7% de novos participantes este ano. O que chama a atenção é a crescente proeminência da Ásia e o poder econômico que essas empresas familiares exercem”, afirma o professor Dr. Thomas Zellweger, titular da cadeira de Empresas Familiares da Universidade de St.Gallen. 

Notavelmente, é muito mais provável que os novos entrantes sejam públicos do que privados – de fato, 62% dos novos entrantes têm registro em bolsa. Também há maior probabilidade de realizar operações no setor de AM&M do que em qualquer outro. De fato, 16 dos 34 novos participantes do Índice (47%) operam na AM&M, refletindo a recuperação de 2021 4 na manufatura global após a pandemia. 

No geral, o Índice de 2023 apresenta um pouco mais de empresas públicas do que privadas, com empresas familiares registradas em bolsa totalizando 260 da lista. Embora não significativa em comparação ao ano de 2021, quando houve uma divisão igual entre o número de empresas públicas e privadas, observa-se uma ligeira tendência ao longo do tempo para mais empresas com registro em bolsa (243 em 2017). 

A composição do Índice registra estabilidade com apenas 7% de novos entrantes este ano. O que chama a atenção é a crescente proeminência da Ásia e o poder econômico que essas empresas familiares exercem.

Quem são os líderes dessas empresas familiares?

 

As empresas familiares bem-sucedidas são reconhecidas por serem ágeis, inovadoras e objetivas. Também estão prontas para se adaptar às mudanças sociais e econômicas. No entanto, da mesma forma que ocorre com outros tipos de negócios, têm registrado apenas um progresso limitado no quesito diversidade e inclusão.

 

No Índice de 2023, apenas 29 empresas (5,8% do total) têm uma CEO feminina, um pequeno aumento em relação a 2021, quando 27 empresas eram lideradas por uma mulher. Ainda assim, quando se trata de executivas do sexo feminino, elas estão se saindo um pouco melhor do que as5 empresas da Fortune Global 500 — das quais 4,8% eram lideradas por mulheres em agosto de 2022. 

 

As mulheres ocupam 23% dos assentos nos conselhos das 500 maiores empresas familiares em todo o mundo (25% na Europa e na América do Norte) – um número baixo, considerando que a pesquisa 6  da Moody's Investors Service descobriu que 29% dos assentos nos conselhos de administração em empresas norte-americanas e europeias foram ocupados por mulheres em 2022.

 

Como mostra o Índice, os membros da família continuam desempenhando um papel ativo na liderança e gestão de empresas familiares. Para quase metade (45%) das empresas do Índice, um membro da família atua como CEO. Quase um quarto de todos os assentos do conselho (23%) são ocupados por membros da família. 

 

Além disso, 19% das empresas contam com um membro da próxima geração da família (alguém com 40 anos ou menos) em seu conselho. Os membros mais jovens do conselho provavelmente trarão experiência e conhecimento em tecnologia e tendências de consumo emergentes. A idade média de um membro do conselho familiar no Índice de 2023 é de 62 anos, ante 60 em 2021.

 

E como é o legado duradouro das empresas familiares?

 

A Takenaka Corporation do Japão é a empresa familiar mais antiga do Índice, atuando no mercado há 412 anos. No entanto, várias outras empresas do Índice também datam de um século ou mais. No geral, 31% das empresas têm mais de um século. A Europa abriga a maioria (57%) deles, com 25% na Alemanha.

Conclusão 

Mais de três quartos (76%) das empresas familiares no Índice de 2023 têm mais de 50 anos de existência. Muitas dessas empresas resistiram à volatilidade do mercado ao longo de várias gerações, destacando até que ponto as empresas familiares são capazes de manter seu sucesso – e sua sucessão – ao longo do tempo. A estabilidade que acompanha essa longevidade será inestimável para permitir que as empresas familiares naveguem efetivamente em meio à desaceleração prevista no crescimento global em 2023. 



Índice de Empresas Familiares 2023

Visite o site da Universidade de St.Gallen para ver o ranking das 500 maiores empresas familiares do mundo. 

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    Sumário

    Quando se trata de crescimento, as maiores empresas familiares estão na liderança, superando o desempenho de crescimento da economia global. 

    As empresas familiares têm registrado progresso na Europa e nos Estados Unidos, ambas alcançando níveis de receita de destaque este ano. A Ásia do Pacífico continua crescendo, aumentando sua presença global, de 61 empresas em 2015 para 79 em 2023.

    O desempenho mais robusto em manufatura avançada e mobilidade em todo o mundo contribuiu para mais empresas familiares desses segmentos também passassem a integrar o Índice.