Esse senso de realidade é o primeiro passo para atrair e reter talentos motivados, engajados e focados no que realmente importa, reduzindo as chances de turnover. Face à velocidade das mudanças, é necessário identificar e priorizar as competências mais importantes para o negócio, os resultados e para a visão das empresas a médio prazo. Do contrário, desperdício de tempo e recursos levarão ao aumento da frustração de ambas as partes, podendo elevar o turnover e reduzir a produtividade.
Não há fórmulas prontas: nem tudo o que vale para uma empresa, vale para a outra. Como, então, caminhar mais rápido e com segurança ao mesmo tempo? Para muitas organizações, essa pode ser uma espécie de "escolha de Sofia": ou uma coisa, ou outra. O caminho, porém, é sempre o do meio. Não é necessário mudar tudo, ainda mais de uma vez só. Não precisamos ser disruptivos o tempo todo ou rasgar tudo o que já fizemos e jogar fora.
Como uma empresa pode garantir a satisfação no trabalho e manter os funcionários engajados em um ambiente de trabalho reimaginado?
Motivação e engajamento pessoal têm impactos tanto em produtividade quanto em turnover dentro das empresas. Quanto maior a clareza de direcionamentos, menor será a propensão das pessoas a deixarem as empresas. É fundamental que cada indivíduo entenda a importância do que faz para todo o grupo, compreendendo o que é prioridade dentro da empresa.
A visão 360 graus sobre próximos passos, como cada pessoa se conecta, o que é esperado de cada um e como a empresa pode ajudar no desenvolvimento das pessoas é muito importante. Responsabilidades, papeis, expectativas e recursos precisam estar constantemente alinhados.
O excesso de direcionamentos e estímulos cansa e desmotiva as pessoas, pois elas perdem clareza sobre o que fazer. É frustrante chegar ao final do dia sem conseguir concluir tarefas pelo excesso de demandas, congestionamento dos canais de comunicação digitais ou simplesmente por não conseguir tocar adiante seus projetos que requerem mais concentração e dedicação.
Mais uma vez: só precisamos focar no que afeta a produtividade. É preciso simplificar e não interromper as pessoas com aquilo que não tem valor, separando fatos de euforia.
Quais as demais estratégias para evitar o turnover?
Pensar o futuro do trabalho e dos negócios também passa por ouvir as pessoas, captar a visão dos grupos, dos times e dos clientes para tomar decisões mais acertadas, de modo menos randômico e mais intencional. É importante organizar as agendas para que as pessoas ajam com consciência, autonomia e confiança dentro das empresas, aliando alta performance e retenção de talentos.
Há pesquisas que reportam que muitos colaboradores preferem o trabalho remoto para ficar mais longe de gestores tóxicos ou de um ambiente de "bagunça corporativa", sem clareza, com acúmulo de tarefas que parecem sem sentido e com muito desperdício de tempo.
Dentro da Economia do Conhecimento, a tão citada Síndrome de Burnout deriva dos excessos: precisamos entender que a nossa capacidade cognitiva de consumo de informação é muito menor do que a velocidade com que tamanha rede de informação é criada.
Como consequência, menor ainda é nossa capacidade de transformar tudo isso em conhecimento. Essa sensação de esgotamento é legítima e cabe às empresas e gestores levá-las a sério, permitindo que as pessoas tenham foco no que mais importa, sendo mais produtivas e felizes no trabalho, se desenvolvendo ao mesmo passo em que cooperam para o progresso da organização.