Reformule seu futuro "bebedouro para gnus"

Série The Board Imperative

E se a diferença entre adversidade e vantagem for um Conselho de Administração resiliente?

A EY Global Board Risk Survey 2023 explora por que os Conselhos de Administração devem melhorar sua resiliência para mitigar riscos e obter vantagem competitiva.


Em resumo

  • Eventos geopolíticos, interrupção da cadeia de suprimentos, questões de pessoas e cultura e mudanças climáticas ganham maior relevância na agenda de riscos dos Conselhos.
  • Os Conselhos de Administração precisam fazer mais para supervisionar os riscos mais significativos de sua organização, modernizar suas estruturas de governança e se adaptar à tecnologia emergente.
  • Os Conselhos podem desafiar a Diretoria a identificar, reagir e capitalizar de maneira proativa as mudanças no ambiente de negócios antes que se transformem em riscos. 

De acordo com a mais recente pesquisa EY Global Board Risk Survey, o número de riscos com os quais os Conselhos se preocupam está aumentando. Eventos geopolíticos, interrupção da cadeia de suprimentos e trabalho remoto estão entre os que se unem a uma lista que inclui os fatores de risco contínuos da adoção de tecnologia e interrupção digital. Cada vez mais, esses riscos estão interligados. Para permitir que as organizações avaliem adequadamente os riscos e os resolvam com sucesso, os Conselhos devem promover e apoiar a resiliência.

A  EY Board Imperative Series fornece respostas e ações críticas para ajudar os Conselhos a reformular o futuro de suas organizações. Para atingir esse objetivo e ajudar os conselhos/diretorias a promover e apoiar a resiliência, analisamos as respostas de mais de 500 entrevistados para identificar as características mais marcantes das organizações altamente resilientes: aquelas que são capazes de colocar mais foco na adaptação à mudança do que na volta ao que era normal, após eventos disruptivos.

O que define uma organização altamente resiliente? Leia a Global Board Risk Survey 2023 para saber mais.

Organizações altamente resilientes prosperam: elas articulam, ajustam e se preparam para eventos potenciais e prováveis (conhecidos no léxico de risco como “rinocerontes cinzentos”) – mesmo aqueles fora de seu controle. Ao desafiar suposições e fazer perguntas provocativas do tipo “e se”, os Conselhos de Administração desempenham um papel essencial de supervisão. Embora não se espere que o Conselho preveja qual rinoceronte cinza está vindo em direção à organização, ele certamente pode definir o tom para se preparar.



Resiliência – a capacidade de se antecipar, se preparar, responder e se adaptar a um ambiente em mudança, em vez de tentar “voltar ao normal”.



Em vez de codificar e responder a cada risco, os Conselhos altamente resilientes se concentram no desenvolvimento da resiliência geral, comportando-se de maneira diferente em cinco áreas principais:

  1. Riscos emergentes
  2. Talento e cultura
  3. Questões sociopolíticas
  4. Sustentabilidade ambiental
  5. Tecnologia


Os traços característicos de Conselhos de Administração altamente resilientes são confiança bem informada, agilidade e humildade.



Alguns Conselhos veem os riscos como “cisnes negros” (eventos difíceis de prever e muito impactantes – como a pandemia de COVID-19 ou a crise financeira global de 2008). No entanto, os Conselhos altamente resilientes obtêm vantagem por também se apoiarem no conceito de riscos como os "desconhecidos conhecidos", ou seja, os rinocerontes cinzentos, e mudam seu comportamento diante desses riscos. Os traços de caráter de Conselhos de Administração altamente resilientes podem ser articulados da seguinte forma:

  1. Confiança bem informada: Conselhos altamente resilientes sabem que a Diretoria dispõe dos sistemas, processos e estruturas de governança adequados para examinar o horizonte e detectar riscos conhecidos, emergentes e interconectados – e entender como eles afetarão os objetivos estratégicos de negócios. “Você pode ter um perfil de risco e uma avaliação de risco, mas se não estiver trabalhando na estratégia e unindo os pontos que a integram, isso passa a ser problemático por si só”, afirma Mike Millegan, conselheiro independente da Portland General Electric Company, do Wireless Telecom Grup e da Axis Capital Holdings.
  2. Agilidade: Esses Conselhos têm uma visão altamente criteriosa e cautelosa sobre o nível de preparação de sua organização para responder a esses riscos interconectados e em constante mudança. Eles fazem perguntas “e se” para desafiar o pensamento de grupo e o viés de confirmação. De acordo com a pesquisa, Conselhos de Administração altamente resilientes têm 1,6 vezes mais chances de confiar em sua capacidade de resposta a incidentes inesperados de alto impacto.
  3. Humildade: Conselhos altamente resilientes aceitam que tanto eles quanto sua organização precisam atualizar continuamente seu conjunto de habilidades para garantir que fiquem de olho no horizonte, enquanto a Diretoria está de olho no terreno bem à sua frente.
Você pode ter um perfil de risco e uma avaliação de risco, mas se não estiver trabalhando com a estratégia e unindo os pontos que a integram, isso passa a ser problemático por si só.

Cultivar um alto nível de resiliência não é função exclusiva do Conselho — é uma responsabilidade compartilhada com a Diretoria. A pesquisa indica que há espaço para melhorias: os Conselheiros revelaram-se menos propensos do que os CEOs a classificarem suas organizações como resilientes em várias áreas.

 

A modernização da governança e o uso da tecnologia na melhoria de qualificações serão vitais para gerar e manter resiliência. Conselhos de Administração altamente resilientes têm 1,8 vezes mais chances de serem muito confiantes nos processos de gerenciamento de dados e na estrutura de risco de tecnologia de sua organização, e 69% dos Conselhos afirmaram anteriormente que planejam aumentar seu nível de investimento em dados e tecnologia para gerenciamento de riscos.

 

Com tantos desafios novos e intensos em jogo, e dada a crescente complexidade do cenário de riscos, o conselho deve continuar a se conectar regularmente com os CxOs, especificamente com o CRO (Chief Risk Officer). Perguntamos aos membros do conselho com que frequência eles se envolvem com os CxOs, e apenas 57% dos membros do conselho se reúnem com seu CRO regularmente.

 

Na pesquisa de 2021, as equipes da EY discutiram a importância crescente do(a)  CRO e por que a colaboração do CRO e do Conselho é vital. Isso continua verdadeiro, com alguns defendendo que o(a) CRO seja agregado de forma permanente à agenda do Conselho. Onde quer que a conversa chegue, acreditamos que os Conselhos precisam se afastar da visão tradicional de gerenciamento e mitigação de riscos.

 

Nossos três tópicos em destaque para o Conselho:

  1. Promover uma cultura de resiliência. Em vez de se concentrar em voltar ao normal após eventos disruptivos, os Conselhos altamente resilientes priorizam a adaptação à nova realidade. Concentram-se no desenvolvimento da resiliência geral em várias áreas, como governança, talento e cultura, fatores sociopolíticos, sustentabilidade ambiental e tecnologia.
  2. Manter-se informado sobre riscos e rupturas emergentes. Monitore e avalie continuamente o cenário de riscos em evolução que pode impactar sua organização, por meio de discussões e insight sessions personalizadas para o Conselho, e procure o aconselhamento de especialistas independentes. Garantir que um nível básico de educação em torno de estruturas de risco esteja em vigor, inclusive  de que forma a tecnologia pode desempenhar um papel relevante  (via EY.com Austrália) — criará a base para uma mentalidade de resiliência.
  3. Melhorar a colaboração com as funções de Diretoria (CxO) que possuem riscos significativos. Reconheça o papel vital que os CxOs desempenham no efetivo gerenciamento de riscos e considere atribuir a responsabilidade por riscos materiais aos Comitês existentes. Envolva mais regularmente com o(a) CRO, bem como com os responsáveis pelos riscos mais materiais da organização. Deixar de fazer isso pode resultar na perda dos riscos mais prejudiciais, aqueles do “rinoceronte cinzento”, que estão atacando diretamente a organização.

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    Sumário

    O ambiente de risco tornou-se mais expansivo e complexo à medida que o mundo foi remodelado por mudanças disruptivas aceleradas e interconectadas. Os Conselhos precisam de uma estratégia que não seja simplesmente reativa, mas que antecipe e se adapte às rupturas emergentes antes que aconteçam. Eles precisam ser resilientes.

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