Ao mesmo tempo, a pressão sobre as empresas de energia para reduzir as emissões, em suas próprias operações e nos produtos que levam ao mercado, continua inabalável. O setor de energia já tem uma compreensão única de como o foco crescente em questões ambientais, sociais e de governança está afetando o sentimento dos investidores e o acesso ao capital. É provável que as expectativas dos stakeholders se tornem mais rigorosas nos próximos anos, e não menos.
Para aumentar a complexidade, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA propôs uma regra de divulgação climática, que deve ser finalizada no final de 2022/início de 2023. Espera-se que isso gere mais rigor e escrutínio regulatório em relação aos dados de emissões, pois vimos muitas empresas de energia já se comunicando voluntariamente para atender às solicitações dos stakeholders. Isso exigirá que as empresas fortaleçam os controles internos e os processos de coleta de dados e relatórios, bem como trabalhem para garantir que os dados de fora da organização sejam precisos.
Em resumo, a nova regra criará uma curva de aprendizado acentuada e as empresas precisarão de tempo para entendê-la. Isso leva a ...
Pergunta nº 2: Há uma enorme oportunidade no desenvolvimento de sistemas inovadores para impulsionar a coleta e o relatório de dados de emissões. Como as empresas podem fazer parcerias com empresas de tecnologia para encontrar soluções?
Devido à natureza de seus negócios, as empresas de energia precisam de redes de informações substanciais que possam utilizar tecnologias em evolução para rastrear, monitorar e analisar grandes quantidades de dados de emissões em toda a empresa. Em curto prazo, isso significa desenvolver e implementar sistemas de dados climáticos semelhantes aos usados para contabilidade financeira ou gerenciamento de relacionamento com o cliente.
A boa notícia é que as empresas de tecnologia já estão inovando em torno dessa questão, utilizando aprendizado de máquina, inteligência artificial e tokenização de créditos de carbono em blockchain para fornecer sistemas descentralizados para dados de emissões e transações relacionadas. Trabalhando juntos, o setor de energia e as empresas de tecnologia podem desenvolver novas maneiras de combinar e analisar vários conjuntos de dados com diferentes níveis de granularidade, fornecendo às empresas informações precisas e em tempo hábil, necessárias tanto para fins de relatórios quanto para melhorar o desempenho de suas emissões.
Há precedentes para essa forma de colaboração de "engenharia para engenharia". Nos últimos anos, muitas empresas trabalharam com empresas de tecnologia para desenvolver ferramentas proprietárias para aproveitar os conjuntos de dados para tomar decisões informadas sobre a exploração e a longevidade dos reservatórios, bem como sobre a manutenção e a transparência da rede. Esse mesmo tipo de trabalho em equipe pode trazer a tão necessária consistência à coleta de dados e aos relatórios.
Elisabeth Brinton, CVP de Sustentabilidade da Microsoft, afirma essa ideia de trabalho em equipe: "A parceria [para resolver esse problema] faz parte do nosso novo futuro. Como nenhum de nós tem todas as respostas, todos nós podemos nos beneficiar do aprendizado em conjunto. A colaboração é fundamental, em todos os setores, para abordar essas questões, resolver problemas e estimular novas ideias. Em parceria, podemos gerar valor econômico, criar soluções e inovar juntos."