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Trabalho Reimaginado

IA Generativa e upskilling: os principais impactos no futuro do trabalho

Nos noticiários, nos almoços de negócios, nas produções de ficção científica ou nos minutos perdidos no scrolling pelas redes sociais, é sempre possível notar que poucos temas são mais comentados do que a inteligência artificial. 


Em resumo

  • A inteligência artificial (IA) é um dos temas mais comentados atualmente, suscitando curiosidade e experimentação.
  • De acordo com o estudo Trabalho Reimaginado 2023 da EY, 48% dos empregadores acreditam que suas empresas precisam passar por mudanças abrangentes para adotar tecnologias líderes.
  • Preocupações éticas, políticas e de segurança de dados estão entre os desafios da adoção da IA.
  • A inovação depende de fazer novas perguntas e desafiar vieses pré-estabelecidos para avançar no conhecimento e uso da IA.

ntre o entusiasmo, o apocalipse, o medo e as ideias mirabolantes sobre os impactos da tecnologia no futuro da humanidade, o fato é que a curiosidade tem impelido as pessoas a testar as capacidades da IA Generativa na prática, nem que seja como gerador de memes.

Como resultado, ferramentas como o Chat GPT provocam dúvidas - e muita euforia - sobre o futuro dos mercados e das profissões. Afinal, quais os impactos da IA Generativa no trabalho e no upskilling das equipes? E como isso se encaixa no Brasil?

Elon Musk declarou recentemente que a inteligência artificial vai superar toda a inteligência humana até 2030. Alguns especialistas apontam que, até o mesmo ano em questão, aproximadamente 90% das imagens de um filme de sucesso terão sido geradas pela IA Generativa, por meio de comandos de texto que reproduzirão imagens em movimento cada vez mais complexas e perfeitas.

Uma pesquisa do Goldman Sachs sugere que a adoção em larga escala da IA pode levar a um aumento de 7% - ou US$ 7 trilhões - no PIB global em 10 anos, enquanto estudos acadêmicos preveem um aumento anual de 3% na produtividade das empresas que adotam a tecnologia. Com o passar dos anos, esse cenário seria muito mais do que revolucionário.

A recente pesquisa Trust in Artificial Intelligence, da Universidade de Queensland (Austrália), apontou que 56% dos brasileiros estão dispostos a confiar na Inteligência Artificial. Isso nos coloca como a terceira nação com maior nível de confiança na tecnologia em todo o mundo, atrás dos indianos e chineses.

Também há dados que apontam que o Brasil está na dianteira global dos países em que as empresas mais devem investir em IA em 2024, com 87% de acordo com pesquisa da Twilio. Nas áreas de marketing, por exemplo,  98% das empresas brasileiras afirmam que já incorporaram a IA preditiva e/ou generativa em seus canais.

Será que essas "bolas de cristal" estão corretas? Como identificar o que é real e o que é exagero, evitando excessos de otimismo e pessimismo na hora de se preparar para o futuro? 

Quais os principais desafios enfrentados pelas empresas e profissionais em relação a IA generativa e upskilling?

De acordo com o estudo da EY - Trabalho Reimaginado (2023), 48% dos empregadores acreditam que suas empresas precisam passar por mudanças abrangentes para ter tecnologias e ferramentas líderes no futuro. Essa mesma percepção atinge 39% dos empregados. 

Quais seriam essas mudanças? Bem, a qualificação de equipes certamente está entre elas. Estatísticas apontam que embora 90% das organizações brasileiras apostem que a IA representará redução de custos e economia de tempo em seus negócios, 38% delas afirmam que a falta de formação dos profissionais é a maior barreira de adoção.

Enquanto a regulação da IA caminha a passos lentos no país, questões éticas, políticas, filosóficas, de privacidade de dados e segurança da informação também estão entre as principais preocupações das empresas. O risco de fraudes, falsificações e fake news é grande e deve envolver os setores público e  privado, ameaçando toda a sociedade. Tudo isso ocorre conforme as próprias organizações começam a rascunhar procedimentos confiáveis para lidar com esse cenário, como comitês de compliance aplicados à IA, novas auditorias e mecanismos de prestação de contas, entre outros.

Já entre os profissionais, há um temor bastante comum sobre o desaparecimento em massa de empregos e profissões, o que também gera uma maior demanda por qualificação e upskilling. Entretanto, novas funções e profissões devem surgir. A utilização da IA deve atravessar a maioria das áreas de atuação, como já aconteceu com na linha do tempo dos computadores e da internet. Só que agora, o ritmo da transformação é muito mais rápido. Esforços de capacitação devem ser cada vez maiores, tanto por empregados quanto por empregadores. 

 

IA Generativa e Upskilling: quais as melhores estratégias para adoção e desenvolvimento profissional

Historicamente, a curva de adoção tecnológica é muito mais rápida do que a capacidade das empresas de entender se aquilo realmente faz sentido e quais as melhores aplicações para cada caso. A tecnologia é capaz de encurtar caminhos e resolver muitas coisas de modo mais ágil e simples do que nós, principalmente em tarefas mecânicas.

E ainda há muita evolução pela frente, com potencial de chegar a patamares muito altos de sofisticação. Contudo, o Chat GPT não é à prova de falhas, como nenhuma tecnologia é. A pressa e a euforia de utilização não podem se sobrepor a uma capacidade humana muito importante: a de filtrar, checar, comparar e julgar informações antes de replicá-las indiscriminadamente ou tomar decisões sem uma análise mais profunda.

Desse modo, quais serão os novos conhecimentos que ainda precisamos desenvolver para navegar nesse novo mundo?  A verdade é que não sabemos 100%, mas já podemos aferir que os skills que mais merecem os maiores recursos de tempo, atenção e dinheiro são, algumas vezes, complexos e até intangíveis. Eles estão ligados a vivências diversas, repertório, experiência na solução de problemas que nem sempre se repetem, pensamento crítico, amplitude de raciocínio, capacidade de ligar os pontos entre diferentes áreas do saber e departamentos da empresa, sempre construindo pontes e trazendo novos insights em colaboração com outros humanos e com as máquinas.

 

Pensamento complexo e sistêmico: ou o que perguntar a um gênio da ciência - e à IA Generativa.

Que tipo de pergunta você faria se pudesse encontrar um grande gênio como Albert Einstein por alguns minutos? Você desperdiçaria o seu tempo perguntando amenidades sobre a previsão do tempo para hoje? Uma pessoa com o devido conhecimento científico e capacidade analítica afiada certamente aproveitaria para fazer novas perguntas em cima do conhecimento já existente, partindo de um ponto mais avançado que o senso comum e buscando novas descobertas. O maior valor está no comando, nas perguntas que somos capazes de fazer.

Isso é inovação: não a reinvenção da roda, mas a capacidade de fazer novas perguntas, analisar respostas por pontos de vista diferentes e conectar conhecimentos para avançar e chegar a novas respostas. É desafiar vieses pré-estabelecidos, sempre buscando consensos éticos para mitigar riscos e garantir que a sociedade tire o máximo proveito das descobertas vindouras. Se a IA será mesmo mais inteligente do que toda a inteligência da humanidade em pouco tempo, devemos refinar características inatas "de carne e osso" para aproveitar o melhor dela.  



Resumo 

A inteligência artificial generativa está revolucionando o futuro do trabalho e o desenvolvimento de habilidades (upskilling). Estudos indicam um aumento significativo no PIB global e na produtividade das empresas com a adoção da IA. No Brasil, a confiança na IA é alta e os investimentos empresariais estão em crescimento. No entanto, a falta de qualificação é uma barreira significativa. De acordo com o estudo Trabalho Reimaginado 2023 da EY, 48% dos empregadores acreditam que suas empresas precisam passar por mudanças abrangentes para adotar tecnologias líderes. Questões éticas, políticas e de segurança também são preocupações importantes. A adoção tecnológica rápida exige que empresas e profissionais desenvolvam habilidades complexas e intangíveis, como pensamento crítico e capacidade de ligação de conhecimentos. A inovação, portanto, depende de fazer novas perguntas e desafiar vieses, maximizando o potencial da IA.

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