Observou-se, dentre a parcela que optou por não aderir ao ecossistema, que os principais detratores se encontram no desconhecimento, na percepção de risco, na falta de clareza sobre os benefícios pelos clientes e na fricção nas jornadas. Muitos não compreendem o que é o Open Finance e não conseguem assimilar suas vantagens, fato associado não só à ausência de casos de uso inovadores, mas também ao retorno não ser instantâneo, gerando frustração e descrença. Além disso, os consumidores se mostram mais cautelosos em compartilhar seus dados devido à insegurança relacionada a fraudes financeiras. Essa cautela está alinhada às campanhas sobre segurança de dados amplamente divulgadas em mídia aberta para que os clientes cuidem de seus dados, porém com o Open Finance, os bancos estão solicitando que os dados sejam compartilhados, gerando uma comunicação que pode ser entendida como contraditória pelos clientes.
Por outro lado, quando olhamos para os clientes que compartilharam dados e foram impactados por vantagens reais, observamos que sua visão sobre o Open Finance era extremamente favorável. Esses clientes não apenas utilizaram as vantagens recebidas, como também se tornaram promotores do ecossistema em seus círculos familiares e sociais.
Assim, torna-se evidente que, embora haja um potencial substancial dentro deste ecossistema, seu valor agregado ainda não é perceptível na maioria dos casos. Após todo esse período de implementação, tem-se uma infraestrutura que funciona, porém, o cliente não tem pleno entendimento dos benefícios que ela pode proporcionar.
Momento Atual do Open Finance
Quando se observa o estágio atual do Open Finance no Brasil, nota-se que o foco majoritário até o momento tem sido o cumprimento das questões regulatórias, mesmo que algumas participantes já estejam redirecionando a atenção para o cliente.
Diferentemente do caminho trilhado até aqui, a atenção das empresas deve sair dos dados por si só e das tecnologias de infraestrutura e se voltar para um produto tangível e vantajoso para o cliente.