Provocando uma análise mais profunda para entender como as empresas percebem sua posição na jornada de transformação digital, a pesquisa mostra que 49% entendem que estão em processo de aceleração – explorando a inovação ou já colocando-a como parte prioritária da estratégia.
Dando passos mais lentos, 18% percebem estar avançando, implementando estratégias ou modelos de negócio no novo normal, e 23% dizem estar reagindo à contingência, adaptando-se ao novo cenário e reinventando o negócio. E há ainda 9% que afirmam estar sobrevivendo para dar continuidade ao negócio, e 2% esperando passar as incertezas políticas para, então, começar a agir.
Mas, por que estamos tão atrasados? Analisando o mercado brasileiro, é possível encontrar alguns responsáveis por esse cenário: poucos incentivos por parte dos governos, altas taxas tributárias, falta de apetite do empresariado e necessidade de uma mudança de mindset nas empresas estão entre as principais barreiras que a inovação encontra.
Produtividade e redução de custos
Em um cenário de crescimento reduzido, as empresas brasileiras passaram a focar na melhoria da performance operacional e gestão de caixa. Iniciativas voltadas para aumento de receita e corte de custos de curto prazo, bem como liberação de caixa, têm sido a prioridade das organizações. Entre as prioridades internas, as melhorias operacionais, de produtividade e redução de custos aparecem como o tópico mais citado, para 35% dos líderes.
Cada setor é afetado de forma diferente pelas mudanças na economia, mas, de maneira geral, é possível perceber que todos estão preocupados com o caixa e a liquidez. Nesse contexto, é importante que as empresas busquem uma maior eficiência operacional por meio da revisão de processos e da utilização de tecnologias que possam reduzir custos e aumentar a produtividade. Isso, no entanto, demanda disciplina. Tomar cuidado com a estrutura organizacional, melhorar o custo de negociação e melhorar o capital de giro são aspectos muito importantes.
Para executar esse planejamento, é fundamental que as organizações tenham um planejamento financeiro adequado, que leve em consideração as flutuações do mercado e as possíveis mudanças no cenário econômico. Também vale buscar parcerias estratégicas, seja para reduzir custos, diversificar o portfólio de produtos ou serviços, ou para melhorar a competitividade no mercado. Tais parcerias podem tanto ser firmadas com outras empresas do mesmo setor, quanto com empresas de setores complementares.
Indústria financeira: uma jornada bem-sucedida
Enquanto há setores engatinhando na transformação digital, é preciso reconhecer que o financeiro está dando exemplo. O boom veio na última década, quando fintechs e insurtechs revolucionaram a indústria com tecnologia e digitalização.
Para se ter uma ideia, 36% dos brasileiros adotaram bancos digitais, refletindo a preferência por serviços financeiros digitais como superapps. E essa aceitação do mercado acabou por reconfigurá-lo: incumbentes passaram a buscar tecnologia especializada e fintechs maduras seguem no caminho da inovação, tornando-se grandes competidoras – vide o Nubank, considerado hoje como a maior fintech brasileira.