Mesmo não sendo a faixa mais representativa da população, é a mais demandante de cuidados de saúde e consequentemente impacta de forma mais relevante as despesas assistenciais. Segundo o IESS, as despesas dos beneficiários da faixa etária 60+ representou 38% dos gastos em 2022. Seguindo apenas o efeito demográfico, esse valor tende atingir 45,2% em 2031 (IESS).
Gráfico 3: Orçamento¹ para Saúde (R$ B, 2012-2022)
Quando observamos o orçamento do Ministério da Saúde: entre 2012 e 2022 ocorreu uma redução em valores reais (gráfico 3) dos recursos destinados a saúde. Essa redução foi equivalente à 11,4% quando corrigimos pelo componente de gastos com saúde e cuidados pessoais do IPCA.
Em função disso, existe um risco relevante de falta de recursos para entrega de cuidado de qualidade para essa faixa etária.
Gráfico 4: Variação Estadual 2012-2022 de beneficiários 60+ (%, Dezembro 2012-2022)
Na última década (gráfico 4), o crescimento de beneficiários da faixa etária 60+ foi responsável por 93,5% do crescimento de beneficiários da saúde suplementar no período (5,3%, gráfico 2).
Como mostra o gráfico 4, o crescimento do número de beneficiários dessa faixa etária foi mais relevante em Goiânia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Sergipe e Alagoas.
Além disso, ao analisar a evolução dos beneficiários com 60 ou mais, destaca-se as faixas etárias mais avançadas (acima de 70 anos), que têm ganhado relevância, como indicado no gráfico abaixo.
Gráfico 5: Divisão etária dos beneficiários 60+ da saúde suplementar (M, 2012-2022)
O envelhecimento da população é uma realidade no Brasil, espera-se que 32% da população esteja nessa faixa etária até 2060 (gráfico 6).
Em função disso, tanto a saúde suplementar quando a saúde pública precisam se estruturar e focar através do investimento em infraestrutura e modelos de cuidado preventivos centrados no paciente.
Gráfico 6: Projeção populacional por faixa etária (M, 2022-2060)
Sem ações concretas, o descompasso entre a necessidade e a oferta de cuidados de saúde adequados só tende a aumentar, comprometendo a qualidade de vida dessa faixa etária e da saúde como um todo. Veja abaixo, os indicadores macroeconômicos.
Indicadores Macroeconômicos da Saúde Suplementar
Distribuição de beneficiários no Brasil e Regiões (M, Set/22 - Ago/23)
Resultados Financeiros por modalidade (R$ B, T2'22 - T1'23)
Performance acionária das principais operadoras da saúde suplementar (%, Out/22 - Out/23)
Movimentações de M&A no setor de seguro saúde brasileiro (# de transações, 3T20 - 1T23)
Autores
Fábio Schmitt – Sócio-líder da EY-Parthenon Brasil
Leandro Sanches – Sócio-líder de Saúde da EY | Líder do setor de Saúde
Leandro Berbert – Sócio da EY-Parthenon | Líder do setor de Saúde
Rodrigo Rocha – Sócio da EY-Parthenon Brasil | Especialista do Setor de Saúde
Ricardo Milani – Vice-presidente da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde
Marcelo Matsubara – Consultor Sênior de Estratégia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde
Karen Kobayashi - Consultora Sênior de Estratégia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde
Coautora
Luciane Infanti - Ex-Sócia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde
Resumo
O rápido envelhecimento da população brasileira vem trazendo desafios tanto para a saúde pública quanto a complementar. Este documento produzido pela EY Parthenon traz dados que mostram o descompasso entre necessidades e oferta, e a necessidade de ações concretas.