O cenário macroeconômico pós-covid no Brasil, com taxas de juros elevadas, endividamento e baixa liquidez, impactou diretamente o varejo. Consumidores pressionados pela contenção de gastos priorizaram o custo-benefício, enquanto as empresas enfrentaram dificuldades de acesso ao crédito para expansão e precisaram ajustar suas rotas de crescimento.
Passada a fase mais turbulenta da crise, a intenção de consumo dá sinais de melhora e surgem oportunidades no radar. A 13ª onda do estudo EY Future Consumer Index, realizada em novembro de 2023 em 21 países, investigou as tendências para 2024 e aprofundou os movimentos que podem ser feitos pelos varejistas para ganhar terreno neste ambiente volátil, mas com perspectiva de retomada.
Identificada no estudo, a queda na priorização de produtos private label pelos consumidores é uma das conclusões que indicam maior propensão a menos racionalização e maior flexibilidade para gastos com qualidade. E quando a flexibilidade em relação ao preço antes de comprar aumenta, a experiência como diferencial de compra ganha espaço. Soma-se a isso a expectativa de queda da taxa de juros e do índice de desemprego, e o resultado é uma provável recuperação macroeconômica e maior elasticidade das margens no setor.
Em meio a um cenário otimista, a corrida pelo ganho de eficiência e rentabilidade está a todo vapor. Um dos principais desafios para os varejistas daqui para frente estará na aplicação de cada vantagem competitiva obtida para criar mais valor em todas as áreas, principalmente nas que são deficitárias. Tão importante quanto interpretar corretamente as demandas dos consumidores, que são multifacetados, é adotar estratégias certeiras e fazer bom uso da tecnologia, especialmente da inteligência artificial, para aprimorar processos. Porque quanto maior a eficiência, maior a capacidade de investimento em elementos de diferenciação.
Diante de mudanças na economia brasileira e mundial e com os efeitos da crise do Covid se amenizando, os hábitos de consumo têm se alterado para se adaptar a uma nova realidade. Para se antecipar competitivamente e conquistar esses consumidores, é necessário adotar medidas que guiem a estratégia do negócio ao crescimento.