Capítulo 1
Redução do consumo
De regresso ao essencial e à sensibilidade ao preço.
Cerca de 74% dos consumidores portugueses serão mais conscientes e cautelosos com os seus gastos sendo que 67% reduzirão mesmo as despesas em geral, nomeadamente uma redução crescente nos bens e serviços não essenciais. Esta realidade reflete um profundo desconforto em relação ao estado da economia.
Com o decréscimo de consumo, a intenção de compra em categorias essenciais está a aumentar. Mesmo entre os consumidores com rendimentos mais elevados, vemos que, embora o essencial mostre dinâmica nos gastos, a intenção de comprar produtos discricionários diminuiu significativamente. À medida que o impacto da crise diminui, assistimos a um aumento nos gastos online em categorias não essenciais, como vestuário e calçado - um efeito claramente mais forte entre os segmentos de rendimentos mais elevados e a Geração Z.
Os consumidores querem valor pelo seu dinheiro, especialmente em categorias essenciais. Ligado à preocupação com o estado da economia está um crescente foco do consumidor no preço.
Capítulo 2
Alteração nas preferências de consumo
Entramos na era da acessibilidade.
A crise provocou o surgimento de novos hábitos, com 91% dos consumidores portugueses consultados a afirmarem mudanças de comportamento de consumo como resposta às pressões económicas, ao encerramento das lojas e à alteração de prioridades.
Esta mudança geral de comportamento também se refletiu numa quebra de lealdade pelas marcas, com 21% dos consumidores a experimentarem outras marcas de produtos como sinal de apoio à economia/empresas locais e 21% a comprarem mais produtos de marcas próprias. O estudo indica-nos que 68% dos consumidores portugueses estão abertos a experimentar novas marcas ou produtos.
Quando questionados sobre o que farão daqui para a frente no que respeita à compra de bens essenciais, 43% afirmam que comprarão mais marcas próprias, com especial incidência sobre os produtos para cuidar da casa, comida embalada, frescos e bebidas não alcoólicas, indicando-nos também que pretendem continuar a usá-las assim que a crise da COVID-19 terminar.
Os consumidores estão, também, a comprar de forma mais consciente, tendo em atenção o impacto ambiental das suas decisões de compra, com uma crescente procura por produtos nacionais e que estejam alinhados com os seus valores.
Capítulo 3
Digitalização do consumo
O consumo online veio para ficar.
O distanciamento físico e o maior tempo passado em casa foram catalisadores de novos métodos de compra para todos os segmentos de consumo. Durante a pandemia da COVID-19, o consumo online aumentou significativamente em várias categorias. Uma que continua a aumentar, especialmente em bens essenciais e em categorias de entretenimento em casa. Para 34% dos consumidores portugueses, estes hábitos parecem manter-se com a intenção de compra online de produtos que antes compravam em lojas físicas, mesmo após a COVID-19. Entre as categorias de maior expansão online incluem-se a tecnologia, a beleza e os cuidados pessoais, o vestuário, o calçado e os acessórios.
Um novo estilo de vida centrado na casa
A pandemia parece ter criado um novo estilo de vida, mais centrado na casa. De acordo com os consumidores portugueses entrevistados, será um estilo de vida que tende a consolidar-se.
Os resultados do estudo mostram que para os consumidores nacionais a casa vai continuar a ser o foco para viver, trabalhar e comprar a longo prazo.
48% dos entrevistados esperam trabalhar mais a partir de casa, 61% irão cozinhar para si e para a sua família com maior frequência, 38% optará por planear as refeições durante a semana para cozinhar em casa e 26% afirma que farão mais compras de supermercado online.
É preciso ter em consideração que esta preferência por uma vida mais na centrada em casa se dá num momento de recomposição dos rendimentos familiares, onde este espaço ganha relevância para momentos de interação pessoal física ou remota.
Estes novos comportamentos implicam que as marcas e os retalhistas tenham de obrigatoriamente levar os seus produtos e serviços para a casa dos consumidores, apostando numa presença forte nos canais digitais.
Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2021".
Resumo
De acordo com o último EY Future Consumer Index, mais de 50% dos consumidores acredita que a forma como trabalham e a forma como compram se alterou devido à pandemia e assim permanecerá no futuro.