Os clientes que podem fazê-lo, consideram cada vez mais viável a opção de desligar a tomada às empresas de energia tradicionais e passarem a gerar, armazenar e vender a sua própria energia.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável, os preços da energia solar fotovoltaica caíram 90%, entre 2009 e 2018. E, entre 2015 e 2017, o custo da instalação de sistemas de armazenamento de baterias em pequena escala caiu 60%, em algumas regiões. Espera-se que estas tendências continuem durante a próxima década, com a energia autogerada a atingir a paridade de custos com a eletricidade fornecida pela rede, já em 2021. Isto coloca ao alcance de um número ainda maior de consumidores, a possibilidade de independência da rede.
Iniciativas de agregação da procura ganham relevância. Os programas de Community Choice Aggregation (CCAs) administrados pelo governo dos EUA permitem às comunidades ter controlo sobre as suas necessidades locais de energia. Permitem que sejam as comunidades locais a fixarem as suas próprias taxas, reduzir as emissões de carbono através do recurso a energias renováveis e economizar milhões de dólares na conta da luz. Na Califórnia, quase oito milhões de residências são agora servidas por CCAs, que assumem uma parte considerável da quota de mercado dos incumbentes do setor.
Enquanto isso, as empresas começam a manifestar interesse em contratos de compra de energia (PPA, na sigla em inglês). Isto altera o tipo de relação entre a empresa de energia e o cliente, do fornecimento direto e simples, para um esquema que pode envolver a integração de energia renovável, se houver necessidade. Liderado pelos EUA e pelos Nórdicos, um número recorde de 7,2 GW de PPAs foram assinados entre janeiro e julho de 2018, um terço a mais que durante todo o ano de 2017.
A tecnologia também está a aumentar o engagement do cliente. Habituados ao nível de serviço que experimentaram noutras indústrias, os clientes estão a exigir mais das empresas de energia. Isto é particularmente verdade para a geração millennial que, em comparação com outras faixas etárias, revela uma maior preferência pelas interações por smartphone e é mais influenciada por reviews online, recomendações de pares e comparações de preço/produto. Quando os millennials entrarem nos seus anos de maior consumo, isso terá um impacto profundo na forma como as empresas de energia interagem com os clientes.
Cinco formas de as empresas de energia aproveitarem oportunidades e mitigarem ameaças
A prazo, as empresas de energia terão de passar de fornecedores de energia para fornecedores de serviços de energia; tirando partido dos dados recolhidos com contadores inteligentes e outras ferramentas digitais vão suportar novos produtos, serviços e experiências de cliente, enriquecendo a sua proposta de valor.
A chave está em compreender as motivações dos clientes, desenvolver modelos de negócio que proporcionem uma experiência vantajosa para ambas as partes e melhores resultados para o negócio. As empresas de energia têm, por isso, de concentrar-se nos seguintes pontos se querem aproveitar oportunidades e gerir ameaças:
Saber o que motiva os clientes ajudará as empresas de energia a responder às suas expetativas
As empresas de energia estão no caminho da transformação e, em muitos aspetos, são os clientes quem está no lugar do condutor. Cada vez mais, os clientes terão controlo sobre a forma como geram, usam, armazenam e vendem a sua energia.
As empresas de energia precisam de fazer o negócio compreender o que motiva os seus clientes, para poderem criar modelos de negócios com a flexibilidade e a agilidade necessárias para responder de forma consistente às expetativas em evolução do cliente.
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Resumo
A quantidade de clientes que têm o poder de controlar como usam, armazenam e vendem a sua energia está a acelerar a um ritmo alarmante. As empresas do setor que queiram prosperar no futuro mundo da energia vão ter de perceber o que move os seus clientes e criar modelos de negócios que tenham a flexibilidade necessária para responder consistentemente às expetativas em evolução dos clientes.