A correlação entre o nível de diversidade do grupo de liderança e o desempenho é poderosa e replicável. O mesmo estudo revela que uma empresa lucrativa, onde 30% dos líderes são mulheres, pode esperar uma melhoria de 15% na rentabilidade, em comparação com uma empresa semelhante sem mulheres na liderança. Há uma razão para a meta dos 30%, que foi adotada pelas organizações pro-diversidade mais destacadas, como o 30% Club: é o nível a partir do qual os membros de grupos minoritários se sentem à vontade para expressar ideias. Consideremos o número típico de lugares de direção numa empresa japonesa, 10. Uma mulher é uma voz solitária, pressionada silenciosamente para representar metade da população. Duas mulheres num conselho de administração dominando por homens arriscam-se a ser postas uma contra a outra. Já 30% – mais de três em cada 10, – conseguem que a voz da mulher seja ouvida como a voz de um indivíduo, com o fator género ter uma influência suave e indireta da sua opinião.
Diferentes níveis de causalidade ligam a diversidade na liderança a melhores resultados financeiros. Em primeiro lugar, olhares femininos podem impedir a empresa de cometer erros óbvios, por falta de dados de género. Um exemplo é o software de reconhecimento de voz para automóveis, que não respondeu a vozes de mulheres e teve de ser reconfigurado. Porquê? Porque foi uma equipa só de engenheiros homens a concebê-lo e a demonstrá-lo a um conjunto de administradores homens. A vida empresarial está repleta destes exemplos, que não só acrescentam custos às operações, como também fazem perder receita.
Ainda mais importante, é verificar que estudo após estudo demonstra que a diversidade favorece a inovação. Uma pesquisa da Universidade de Columbia prova estatisticamente que quanto mais a estratégia de uma empresa se concentra na inovação, mais a representação feminina na gestão contribui para melhorar o desempenho. A diversidade claramente repele o pensamento de grupo, que asfixia a inovação.
Nunca é demais sublinhar a ligação entre diversidade e inovação. A automação transforma o nosso mercado de trabalho; a fonte de competitividade já não está em trabalhadores fardados e assíduos que seguem uma mesma fórmula de trabalho. Em vez disso, a criatividade humana, com o apoio da analítica baseada em inteligência artificial, dinamiza a competitividade. Neste mundo pós-industrial, a diversidade é a chave para a diferenciação.
Para ultrapassar a complacência com a diversidade, o caminho é claro. Precisamos de ultrapassar o simbolismo. Atingir uma taxa de 30% de mulheres em cargos de liderança, requer um planeamento cuidadoso a todos os níveis. No entanto, o estudo Women Fast Forward Cross-Sector da EY, concluía em 2015 que apenas 18% das empresas inquiridas tinham estruturado programas para identificar e preparar mulheres para a liderança.