Com a representação de 13 setores da economia, o EY Global DNA of the CFO Survey aborda três domínios fundamentais no âmbito das funções dos líderes financeiros:
• Criar valor a longo prazo e, ao mesmo tempo, enfrentar pressões para reduzir os investimentos prioritários;
• Gerir o risco e produzir valor através de mudanças mais arrojadas e inovadoras;
• Ser bem-sucedido como líder financeiro e conquistar objetivos de carreira.
O equilíbrio das prioridades de investimento a curto e longo prazo
Os líderes financeiros enfrentam o difícil desafio de equilibrar o desempenho financeiro a curto prazo com a criação de valor a longo prazo. Mais de metade dos inquiridos (66%) afirma que está a cumprir os objetivos no presente, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas que são consideradas prioridades no futuro.
Os programas de talento e cultura organizacional (29%) e tecnologia e inovação digital (26%) são as áreas mais vulneráveis a estes cortes, consideram os administradores financeiros portugueses abrangidos no inquérito.
Em Portugal, os programas ESG são os menos suscetíveis de serem alvo de cortes ou pausas nas despesas a curto prazo (18%), manifestando os inquiridos a nível nacional alguma cautela dada a importância da sustentabilidade na geração de valor a longo prazo.
Este indicador contrasta em absoluto com a perspetiva dos líderes financeiros a nível global em que, segundo os resultados estudo da EY, 37% dos CFO planeia reduzir ou suspender as despesas em ESG a curto prazo.
O inquérito salienta também que os administradores financeiros podem desempenhar um papel importante no equilíbrio entre as prioridades a curto e a longo prazo, fornecendo informações valiosas sobre o processo de tomada de decisões e a promoção de consensos entre toda a organização.
Questionados sobre “quais os atributos mais importantes que um CFO deve ter para influenciar de forma eficaz a tomada de decisões da equipa executiva?”, os CFO portugueses destacam a utilização de informações baseadas em dados para defender as decisões e a existência de relações de confiança com os membros do conselho de administração, investidores e executivos-chave.
Ainda segundo o EY Portugal DNA of the CFO Survey, as tensões e os desacordos podem comprometer este esforço coletivo, um sentimento partilhado por 48% dos líderes financeiros portugueses que admitem que "existem tensões e desacordos entre a equipa de liderança sobre a forma de equilibrar as prioridades a curto e a longo prazo".
O estudo sugere também que nem todos os líderes financeiros estão dispostos a exprimir sempre a sua opinião, registando que apenas 49% dos inquiridos se manifesta "sempre" quando tem uma opinião diferente da consensual, uma percentagem significativamente acima dos CFO’s internacionais (32%)
O equilíbrio entre o risco e a necessidade de inovação e transformação
Mais de metade dos líderes financeiros portugueses inquiridos (54%) defende que os comportamentos e mentalidades tradicionais estão a atrasar a modernização da função financeira.
O estudo sugere que os CFO’s portugueses procuram criar funções financeiras mais digitais orientadas para o crescimento sustentável e de longo prazo, priorizando a aposta no capital humano (49%), e a análise avançada de dados (40%), seguindo-se a transformação tecnológica, destacada por 37% dos líderes entrevistados.
O que contrasta com a perspetiva dos líderes financeiros a nível global que colocam a questão do capital humano no fim das suas prioridades para os próximos três anos como fator transformacional da função financeira, dando maior enfoque à sustentabilidade e otimização regulatória.
Equilibrio entre o novo papel do CFO e as competências financeiras tradicionais
O número de líderes financeiros portugueses que aspiram ao cargo de Chief Executive Officer (CEO) (27%) está próximo do número de líderes que vislumbram o cargo de CFO como o culminar da sua ambição de carreira (32%). De salientar ainda que 69% dos inquiridos em Portugal (84% a nível global) afirmaram que, embora a função de CFO seja extremamente exigente, nunca houve um contexto tão estimulante para a desempenhar.
A ambição de muitos CFO’s ao cargo de CEO’s exalta a necessidade de novos conjuntos de competências e capacidades de liderança e os inquiridos revelam consenso na certeza de que "a capacidade de reagir aos desafios impostos pela tecnologia ou por outros sectores" é a principal condição para uma ascensão na carreira.
As expectativas de evolução para os CFO portugueses incluem a expansão dos seus conhecimentos em novos domínios, com a grande maioria dos líderes financeiros inquiridos a reconhecerem a vontade das empresas em nomear CFO que manifestem capacidade estratégica (86%) e que tenham consolidado uma rede contactos e relações junto dos cargos de direção das organizações (74%).
Os resultados globais do estudo demonstram a tendência de indicar líderes com pouca experiência financeira para os cargos de CFO (66%), um paradigma que não se revela tão predominante a nível nacional em que apenas 34% dos CFO’s portugueses inquiridos concordam com esta mudança em relação à perceção tradicional da função de CFO.
Para saber mais informações, contacte: Rosália Amorim
Telma Franco
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