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M&A: construir portfólios a pensar no longo prazo


Um mundo em transformação acelerada contribui para um forte crescimento de operações de fusão e aquisição (M&A).

Um mundo em transformação acelerada contribui para um forte crescimento de operações de fusão e aquisição (M&A), com os CEO a utilizarem este mecanismo para imprimir velocidade à transformação digital e para acomodar as preocupações em matéria ambiental, social e de governança (ESG).

Num trabalho desenvolvido pela EY, identificam-se as seguintes tendências atuais no mercado de M&A:

Transformação Digital: As empresas estão a adquirir capacidades que demoram demasiado tempo a desenvolver internamente e a desinvestir de negócios que consideram não se encaixarem na sua pegada digital.

  • Para quem investe, é importante avaliar como as aquisições podem contribuir para aumentar a capacidade de processar e analisar dados, bem como para incorporar novos modelos de venda e distribuição, como forma de chegar a clientes que se envolvem com o processo de compra de forma diferente. Devem ser avaliadas as sinergias e riscos que diferem do negócio principal e podem ser difíceis de medir diretamente, como a permanência do cliente ou os seus custos de aquisição;
  • Para quem vende, a análise deve incidir sobre se trata de um negócio não core ou estagnado, que não consegue concorrer por capital de crescimento interno. Devem ser desafiadas eventuais alternativas, como joint-ventures na vertente tecnológica, para aportar as capacidades necessárias e escalar a inovação, antes de uma possível decisão de venda em condições financeiras mais interessantes;

Alteração do Comportamento dos Clientes: A pandemia induziu ou acelerou alterações no comportamento dos clientes que estão a exigir novos modelos operacionais.

  • Para os investidores, as operações de M&A devem identificar plataformas de crescimento, levando produtos atuais a novos clientes ou aumentando a oferta para clientes existentes. Deve ser avaliado o potencial da base de clientes dos alvos: Qual é o potencial de crescimento? Que oferta é complementar à nossa? Devem ser privilegiadas oportunidades para cross-selling e agregação de oferta;
  • Para quem vende, é importante avaliar se as empresas do portfólio se estão a adaptar à mudança dos consumidores, se há capital para apoiar essa adaptação ou se há possíveis interessados que possam rentabilizar melhor os ativos. Durante o processo de alienação a experiência do cliente deve continuar a ser protegida, evitando impacto no valor de venda e nos negócios que se vão manter no portfólio;

ESG: Estratégias de longo prazo, incluindo em M&A, têm de considerar todos os stakeholders e uma nova perspetiva em que o valor financeiro também resulta da criação de valor para o cliente, para os colaboradores e para a sociedade.

  • Para os investidores, é essencial atender aos possíveis riscos futuros da empresa alvo em matéria de ESG, bem como ao que resulta das atividades que geram valor nesta vertente;
  • Para os vendedores, a estratégia deve considerar que a alienação de alguns ativos pode elevar o perfil ESG da empresa, contribuindo assim para a criação de valor a longo prazo;

Num mundo de negócios em mudança acelerada, a atividade de M&A é essencial para a transformação das empresas e para promover a criação de valor a longo prazo. Uma gestão estratégica do portfólio de atividades inclui um acompanhamento próximo das oportunidades de investimento bem como uma revisão frequente do potencial de alienação de ativos ou negócios.


Resumo

Num mundo de negócios em mudança acelerada, a atividade de M&A é essencial para a transformação das empresas e para promover a criação de valor a longo prazo.

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