EY Attractiveness Survey Portugal 2023

A EY lança a edição de 2023 do EY Attractiveness Survey Portugal, que analisa as tendências recentes do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Portugal, o seu posicionamento nos fatores de atratividade e os desafios que o país enfrenta nesta temática.

Oano de 2022 foi marcado por um contexto de instabilidade política – especialmente a nível europeu – e por fortes tendências inflacionistas.

Ainda assim, Portugal conseguiu mostrar elevada resiliência ao nível macroeconómico e financeiro, aspetos cruciais que determinaram o seu desempenho em termos de atração de Investimento Direto Estrangeiro (IDE). Com efeito, em 2022, o país atingiu um número recorde de projetos de IDE. 

Afirmação de Portugal enquanto destino de eleição para investimento

Com 248 projetos de IDE registados em 2022, Portugal atingiu o 6º lugar dos principais destinos de investimento na Europa, subindo dois lugares no ranking europeu face ao ano anterior e crescendo 24% face a 2021 e 61% face a 2020.

No panorama europeu, este desempenho ganhou ainda maior destaque, na medida em que Portugal foi o país que exibiu o maior crescimento entre o top-10 de países europeus na atração de investimento entre 2021 e 2022.

Os seis países que mais investem em Portugal consolidaram a sua posição, em 2022, com a Alemanha a alcançar a primeira posição como principal investidor em Portugal, com 36 projetos, ultrapassando os Estados Unidos. Há outros países que também estão a aumentar a sua importância em termos de IDE, por exemplo os Países Baixos e a Dinamarca, num processo consistente de diversificação dos países investidores.

O inquérito realizado entre fevereiro e abril de 2023 junto de um painel representativo de 202 decision-makers internacionais mostra que as expetativas de investimento a curto prazo são animadoras, com 72% dos investidores a preverem estabelecer ou expandir operações em Portugal no próximo ano, um crescimento relevante face aos 62% do ano anterior e acima da perceção da média europeia de 67%.

Tendências de evolução da atratividade portuguesa

O setor de software e IT services mantém-se como setor líder em projetos de IDE em Portugal, confirmando a atratividade do país na economia digital e contribuindo para uma economia nacional mais sofisticada, assente em serviços avançados.

De facto, os projetos de IDE de software e IT services cresceram 52% face a 2021, totalizando 99 projetos de IDE, sendo 76 deles representativos de empresas que estabelecem a sua operação em Portugal pela primeira vez. A maioria dos projetos estão em Lisboa e no Porto, revelando potencial para criar, pelo menos, 24.574 novos empregos.

Outros setores representativos enquanto eixos de IDE em Portugal são os Business Services and Professional Services, Transportation Manufacturers and Suppliers, Finances e Transportation and Logistics.

Os Finances, em particular registaram um crescimento de 200% face a 2021. Esta dinâmica é explicada por dois fatores principais. O primeiro diz respeito aos Fundos de Investimento que estão a estabelecer a sua operação em Portugal de forma a estarem mais próximos do crescente ecossistema de startups nacional. O segundo diz respeito às fintechs, que olham para Portugal como mercado para desenvolver e testar as suas soluções de negócio inovadoras.

O painel de decision-makers internacionais aponta ainda como fatores de atratividade os tipicamente associados à economia portuguesa: qualidade de vida, estabilidade social e presença de infraestruturas de telecomunicações, transporte e logística e apoios e incentivos assegurados por entidades públicas locais.

Em termos de distribuição geográfica dos investimentos, a Área Metropolitana de Lisboa e o (Porto e) Norte de Portugal concentram uma proporção significativa do IDE no país, com 87% dos projetos a direcionarem-se para estas regiões, em linha com o que ocorria em anos anteriores.

Roadmap da atratividade portuguesa

Olhando para a frente, o EY Attractiveness Survey Portugal 2023 aponta cinco áreas de aposta para a atratividade de Portugal no futuro, enfatizando a dinamização de fatores de atratividade do país e garantindo a mitigação dos entraves que ainda se colocam à captação de IDE em Portugal.