A Taxonomia promove a criação de uma linguagem comum entre investidores e empresas, um dialeto único que possibilita uma comunicação mais credível, conferindo uma maior certeza e comparabilidade, no momento da tomada de decisão dos investimentos.
Adivulgação é recente e sem surpresas… De Davos, o Fórum Económico Mundial reforça no seu relatório anual de risco, que a Crise Climática é a maior ameaça global a longo prazo. E, o ano de 2022, que se inicia com os riscos climáticos a liderarem o topo das preocupações globais mais urgentes, a par do risco iminente de uma crise social – agudizada pelo efeito de uma pandemia que se faz sentir desde 2019 -, vem corroborar o facto de que protelar o combate às alterações climáticas não é opção. O potencial cenário de falhar na ação climática poderá repercutir-se negativamente na economia mundial e colocar em causa o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a 1.5ºC, independentemente dos compromissos decorrentes da última Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP26). O urgente torna-se inadiável, face à severidade dos riscos, e é imperativo que se colijam esforços e se promova uma transição para uma economia de baixo carbono, resiliente, eficiente na gestão dos recursos naturais, socialmente justa e inclusiva.
Da necessidade de reorientar os fluxos de capitais para atividades económicas que se querem mais sustentáveis, surgiu o Regulamento da Taxonomia Europeia. A Taxonomia, enquanto instrumento de transparência e de base científica, configura um facilitador da transição necessária, e vem disponibilizar a empresas e investidores, um conjunto de critérios de classificação objetivos, que permitem identificar as atividades económicas consideradas sustentáveis, e que contribuem para dar resposta aos desafios climáticos e sociais (em linha com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu). Naturalmente, o estabelecimento destes critérios, já há muito esperados, promove a criação de uma linguagem comum entre investidores e empresas, um dialeto único que possibilita uma comunicação mais credível, conferindo uma maior certeza e comparabilidade, aquando da avaliação e tomada de decisão dos investimentos.
O Desafio da Taxonomia: o alinhamento das atividades e a sua divulgação
A Taxonomia entrou em vigor a 1 de janeiro de 2022, através do Ato Delegado que define o conjunto de critérios técnicos de avaliação que identificam as atividades que contribuem significativamente para os dois objetivos climáticos: adaptação e mitigação das alterações climáticas. Durante este ano, irão ser publicados o conjunto de critérios técnicos para os restantes quatros objetivos ambientais, que vigorarão a partir de 1 de janeiro de 2023.
A divulgação da Taxonomia pelas organizações reveste-se de uma exigência gradual, até 2023. Assim, durante o ano de 2022, as empresas deverão divulgar (para o ano fiscal 2021), a elegibilidade (ou não) das suas atividades em relação aos dois objetivos climáticos, segregada entre vendas e prestação de serviços, custos operacionais e investimentos.