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Setor metalúrgico e metalomecânico: como acelerar o crescimento sustentado?


Comissionada pela AIMMAP, a EY-Parthenon desenhou e estruturou uma estratégia agregadora, concertada e focada no crescimento competitivo e sustentado do Setor Metalúrgico e Metalomecânico nacional até 2030, baseado na inovação tecnológica, na capacitação empresarial, na internacionalização e na promoção da descarbonização e circularidade.

O Setor Metalúrgico e Metalomecânico pretende continuar a ser um vetor estrutural e de crescimento da atividade económica nacional, ambicionando manter-se como o principal motor da geração de riqueza e das exportações de Portugal.

A metalurgia e metalomecânica é um setor considerado a "coluna vertebral" da atividade económica mundial, detendo uma forte preponderância na sofisticação dos processos produtivos e na promoção da transição digital e climática. Este mega-setor assume um forte protagonismo na larga maioria dos elos críticos da cadeia de valor dos bens industriais, desde a metalurgia de base ao material de transporte, passando pelos produtos metálicos, pelos equipamentos elétricos e pelas máquinas não elétricas e bens de equipamento, representando uma relevância muito expressiva do VAB mundial (cerca de 6%) e europeu (cerca de 12%).

Em Portugal, o Setor Metalúrgico e Metalomecânico é, também, um verdadeiro pilar de crescimento, possuindo uma relevância enorme na economia: responde por mais de 23 mil empresas, que dão emprego a cerca de 250 mil pessoas. Com um volume de faturação de 35 mil milhões de euros, anualmente a riqueza gerada atinge perto de 9 mil milhões de euros. Além disso, a indústria possui perfil de investimento intenso, com um peso de cerca de 29% do total da indústria transformadora e 6% do total da economia do país, atestando-se fulcral para permanecer numa trajetória de crescimento. 

Relevância do setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal

Penn world graph Fonte: EY-Parthenon com base em dados do INE e do Banco de Portugal

São números notáveis, que assinalam uma importância singular quer no contexto da indústria transformadora nacional quer no contexto da economia nacional, e que refletem uma trajetória de crescimento sustentada e contínua ao longo dos últimos anos.

Dinâmica recente do setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal (2014=100)

Analysis EY parthenon Fonte: EY-Parthenon com base em dados do INE e do Banco de Portugal

Simultaneamente, é uma indústria muito relevante para o equilíbrio da balança comercial de Portugal, dada (i) a fortíssima orientação exportadora das suas empresas, (ii) a existência de produtos portugueses relevantes com vantagens comparativas reveladas e (iii) o forte espírito de cooperação que existe entre as empresas, para o qual a AIMMAP tanto contribui.

 

Dinâmica das exportações do setor metalúrgico e metalomecânico 

    Analysis EY parthenon Nota: Valores em milhões de euros Fonte: EY-Parthenon com base em dados do Eurostat

    Não obstante a sua trajetória de crescimento robusto, o Setor Metalúrgico e Metalomecânico tem-se confrontado nas últimas décadas com fortíssimas pressões competitivas e enormes desafios de adaptação e mudança, resultantes nomeadamente: 

    • Do impacto da conjuntura internacional;
    • Da Indústria 5.0 e Fábricas do Futuro, que exige crescentes de investimentoz em automatização, robotização, digitalização e humanização;
    • Da sustentabilidade ambiental, descarbonização e economia circular, sobretudo ao nível da redução da pegada do setor e da introdução de produtos crescentemente circulares, tirando partido da quase infinita capacidade de reciclagem do metal enquanto resíduo;
    • Da necessidade de alavancagem do investimento em inovação e I&D, com vista a garantir uma maior diferenciação da oferta de produtos e serviços nacionais;
    • Da atração e retenção de talento, exigindo a incorporação de novas competências e perfis profissionais e a qualificação e modernização dos recursos humanos e existentes; e
    • Da necessidade de capacitar as empresas para o crescimento sustentado.

    Perante este contexto, a EY-Parthenon, em paralelo com a AIMMAP e as empresas suas associadas, elaborou o Plano Estratégico e de Ação para o Setor Metalúrgico e Metalomecânico para o horizonte 2030 (Metal 2030), desenhando uma agenda transformadora para potenciar o crescimento do setor até 2030.

    Para tal, a visão do Setor Metalúrgico e Metalomecânico para o horizonte temporal 2030 prima por uma abordagem concertada para o crescimento sustentado, as oportunidades de inovação, a atratividade e os desafios da sustentabilidade, ambicionando tornar-se:

      Um setor focado no crescimento sustentado a longo-prazo, que prime por um tecido empresarial mais qualificado, inovador e alinhado com os princípios da sustentabilidade. Um setor consciente, conectado e formado por um tecido produtivo que prima pelo uso eficiente de recursos e desenvolvimento de produtos e soluções que acompanham e contribuem para a inovação tecnológica, garantindo a sua afirmação no contexto nacional e, principalmente, internacional.

      Esta visão consubstancia-se em 5 objetivos estratégicos alinhados com as expectativas de transformação até 2030: (i) mais crescimento; (ii) mais produtividade; (iii) mais sustentabilidade; (iv) mais capacitação; (v) mais imagem. Por sua vez, estes objetivos serão materializados pela intervenção em 6 eixos estratégicos :

      • Inovação e upgrading, de forma a aumentar a competitividade das empresas através da criação de novos produtos, processos e modelos de negócio (e.g. servitização), a chegada a novos mercados/clientes, o reposicionamento internacional e ganhos de eficiência operacional;
      • Qualificação empresarial, orientada para o crescimento, a digitalização e a automação, através de processos de formação-ação e da adoção de múltiplas ferramentas digitais, que desbloqueiem a inovação e ganhos substanciais de eficiência;
      • Descarbonização e economia circular, com vista a procurar mitigar o impacto da indústria no meio ambiente;
      • Atração, retenção e capacitação de talento, focada no combate à escassez de talento e no apetrechamento do setor com novas competências profissionais;
      • Internacionalização e IDE, prosseguindo o excelente trabalho de inserção das empresas em cadeias de valor globais e desafiando-as a subir para novos patamares de inovação, diferenciação, qualidade e sofisticação;
      • Concertação estratégica e financiamento, através do reforço das redes colaborativas de eficiência coletiva, da obtenção de sinergias e da indução da redução dos custos de contexto e de novos mecanismos de financiamento.

      Estes eixos estratégicos serão concretização através de um plano de ação que inclui um conjunto coeso de 11 projetos estruturantes, envolvendo entidades de suporte ao setor e que constituem o universo do Metal Portugal (e.g. CATIM, CENFIM, PRODUTECH, INEGI, INESC-TEC, as próprias empresas do setor, entre outros). 

        Analysis EY parthenon

        O sucesso deste plano estará também muito alicerçado nas condições de contexto de Portugal, sendo fundamental apostar na indústria, alavancar o financiamento, valorizar a produção nacional, criar incentivos ao crescimento, promover maior concertação e potenciar a formação e conhecimento.

        Leia na íntegra, o estudo Metal 2030- Plano Estratégico e de Ação para o Setor da Metalurgia e Metalomecânica em Portugal 


          Resumo

          A EY-Parthenon elaborou para a AIMMAP o estudo “Metal 2030:  Plano Estratégico e de Ação para o Setor da Metalurgia e Metalomecânica em Portugal”. Este estudo parte de um diagnóstico aprofundado à realidade internacional e nacional do Setor Metalúrgico e Metalomecânica, demonstrando a importância que este setor possui na dinamização da atividade económica. Em Portugal, o Setor Metalúrgico e Metalomecânico assume um protagonismo enorme: são mais de 23 mil empresas, que dão emprego a cerca de 250 mil pessoas. Com um volume de faturação de 35 mil milhões de euros, anualmente a riqueza gerada atinge perto de 9 mil milhões de euros. A esta performance, acresce ainda o forte peso nas exportações nacionais (mais de 23 mil milhões de euros), possuindo o estatuto de setor mais exportador da economia. Em simultâneo, identificaram-se também os principais desafios que o setor enfrenta, sobretudo os decorrentes da evolução do ciclo económico, das exigências em torno da inovação tecnológica, da descarbonização, da economia circular e das necessidades em matéria de qualificação empresarial e atração de talento.

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