Luanda, 22 de Fevereiro de 2024. Os padrões de integridade das empresas Angolanas registam melhorias, reflectindo um “progresso significativo na promoção de práticas éticas e transparentes”, ao mesmo tempo que se cria “um ambiente de negócios mais confiável e seguro em Angola”, revela um estudo promovido pela EY.
O estudo ‘Integridade: Quais os desafios do futuro?’ demonstra uma “diminuição no risco de branqueamento de capitais”, indicando que “as empresas estão a adoptar cada vez mais medidas efectivas de prevenção e combate a essa prática ilegal”. Promovido pelo departamento de Forensic & Integrity Services da EY Angola, o estudo revela que 38% dos participantes acredita que o risco de branqueamento está a diminuir.
Segundo os resultados do survey realizado em 2023, o departamento de Compliance desempenha um papel cada vez mais crucial na prevenção de risco financeiro, promovendo nas empresas acções de revisão de políticas e procedimentos, diligências de integridade, e formação específica e diferenciada. Quase dois terços dos participantes (62%) referem a importância de mitigar riscos legais, financeiros e reputacionais associados a práticas inadequadas ou antiéticas.
Mais de metade dos participantes referiu ocorrerem, frequentemente, comunicações sobre integridade (54%), observando-se um esforço consistente por parte das empresas, embora exista espaço para melhorias na frequência e alcance das comunicações para fortalecer a cultura de integridade organizacional de forma transversal, ao mesmo tempo que apoia na identificação de situações de inconformidade nas organizações.
A ética e a integridade são parte dos nossos valores fundamentais, sendo um tema ao qual damos elevada importância.”, começa por referir Pedro Letra, Partner da EY Angola, explicando que “a discussão e compreensão dos tópicos da 1ª Conferência e deste Estudo vem reforçar o compromisso da EY de contribuir para um ambiente empresarial íntegro e transparente em Angola, promovendo o fortalecimento de uma cultura de prevenção nestas matérias”
Em comparação com o estudo realizado em 2022, observa-se um aumento de participantes que revelam estar dispostos a ignorar comportamentos antiéticos nas suas organizações. Se, no ano passado, 9% dos participantes referiram estar dispostos a ignorar estes comportamentos, este ano o número subiu para 14%. Recorde-se que ignorar comportamentos antiéticos poderá ser o primeiro passo para afectar o negócio das organizações e a sua reputação.
Ainda comparativamente com 2022, as organizações em Angola têm realizado um trabalho positivo na forma como vêm endereçando o tema da promoção da utilização de canais de reporte de irregularidades. Se no estudo realizado em 2022, 61% dos participantes revelaram não ter medo de represálias quando necessitar de utilizar um canal de reporte, no questionário de 2023 foram 72% os profissionais que responderam não ter medo de represálias.
No estudo é possível verificar-se ainda uma evolução positiva na tolerância de comportamentos antiéticos. Embora o valor que se identifica no estudo de 2022 tenha decrescido (passou de 35% para 18% em 2023), continua a observar-se um valor que apresenta um potencial elevado de risco para as organizações em Angola no que concerne à tolerância de comportamentos antiéticos, sendo um motivo de preocupação e algo que deverá continuar a ser trabalhado e monitorizado.
No que respeita a oportunidades de melhoria nas empresas Angolanas, destaca-se que a tolerância a comportamentos antiéticos praticados por executivos seniores ou high performers é relevante e poderá demonstrar uma mensagem errada no top management das empresas (18%), ao mesmo tempo que a disponibilidade para sacrificar integridade por ganhos próprios dentro das organizações é bastante observável (41%), podendo traduzir-se em perdas substanciais para as empresas a médio e longo prazo.
Os resultados demonstram ainda que continuam a existir várias organizações que não têm qualquer mecanismo de comunicação de irregularidades (23%).