2 minutos de leitura 22 fev 2022
Life in plastic, it’s (not) fantastic

Life in plastic, it’s (not) fantastic

por Catarina Anjo Balona

Senior Manager, Indirect Tax, Ernst & Young S.A.

Consultora com vasta experiência na área dos impostos indiretos. Fervorosa apaixonada por História, arte, viagens e fotografia. Apreciadora de boa gastronomia, música, caminhadas e praticante de yoga.

2 minutos de leitura 22 fev 2022

O mandato é claro: adotar comportamentos com impacto positivo para o planeta. Eco-products, eco-consumer and eco-tributes. O consumo pretende-se orientado à reutilização.

No contexto da tributação internacional, os Governos empenham-se em adotar políticas e apoiar investimentos sustentáveis. Os tributos ambientais que incidem sobre embalagens pretendem onerar o consumidor final, aquele que deve suportar os custos que o uso dessas embalagens gera a nível ambiental.

Na União Europeia (“UE”) o combate aos plásticos foi considerado uma prioridade fundamental (com destaque para o Plano de Ação da Economia Circular da União Europeia; a Estratégia Europeia para os Plásticos numa Economia Circular; o Green Deal ou a Diretiva SUP/plásticos de utilização única).

Contudo, os desafios da transmutação de um modelo económico linear para uma economia circular (que implica reduzir resíduos, desperdícios e custos energéticos) são evidentes. Como abandonar políticas de produção, comercialização e consumo baseadas num princípio “produz-utiliza-deita fora”, adotando políticas de produção e consumo envolvendo sempre que possível, a partilha, aluguer, reutilização, reparação e a reciclagem de materiais e produtos?

A Ellen Macarthur Foundation diz que a economia circular é estruturada segundo 3 princípios: eliminar resíduos e poluição, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais.

O Pacto Ecológico Europeu, em linha com o Acordo Climático de Paris, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030 e o Fit for 55, foca 7 setores: plásticos e embalagens; têxteis; resíduos eletrónicos; alimentação, água e nutrientes; embalagens; baterias e veículos; edifícios e construção.

Como já preconizado na Estratégia Europeia para o Plástico numa Economia Circular, a Comissão Europeia pretende eliminar, até 2030, o uso de plásticos de utilização única (sacos leves, garrafas, cotonetes, toalhas sanitárias, embrulhos de doces, palhinhas, balões, recipientes de comida, copos ou talheres), limitar o uso de microplásticos e estimular o uso de plástico reciclável e reutilizável.

Em 2020, mais de 29,5M de toneladas de resíduos plásticos foram gerados na Europa, mas só 34,6% destes foram reciclados – as metas de gestão de resíduos são variáveis: para todas as embalagens 65%/2020, 70%/2030; se plástico – 50%/2020, 55%/2030, se alumínio 50%/2020, mas 60%/2030.

A Lei do OE para 2021 introduziu uma “Contribuição sobre embalagens de plástico ou alumínio de utilização única em refeições prontas”, no montante de 0,30 €/embalagem de plástico, alumínio ou multimateriais. Incluía refeições prontas a comer (takeaway), regimes de pronto a comer e levar (incluindo drive-in) ou com entrega ao domicílio (home-delivery).

Apesar de haver várias exclusões e isenções ao pagamento, a contribuição deverá ser cobrada a partir de 1 de julho de 2022 para plásticos (ou multimateriais com plástico) e a partir de 1 de janeiro de 2023 para os alumínios (ou multimateriais com alumínio).

O combate na UE ao plástico vem sendo realizada via: redução do plástico na sua origem (por via da fiscalidade, aumento das metas nacionais ou obrigações de report & compliance) e gestão eficiente de resíduos (extensão da responsabilidade do produtor).

Daí que uma outra “contribuição” (EU Plastics Levy), cobrada aos Estados-membros, vigore desde 1 de janeiro de 2021, por via da aplicação de uma taxa de 0,80 €/kg de resíduos de embalagens plásticas não recicladas introduzidas no Estado-membro, incentivando (mais completos) regimes fiscais nacionais sobre tais produtos.

If we don’t change the way we produce and use plastics, there will be more plastics than fish in our oceans by 2050.
Frans Timmermans

Resumo

Reduzir custos, mas potenciar resultados climáticos, económicos e tributários favoráveis em todos os setores de atividade e regiões geográficas são a chave para um futuro sustentável, aqui e agora.

Sobre este artigo

por Catarina Anjo Balona

Senior Manager, Indirect Tax, Ernst & Young S.A.

Consultora com vasta experiência na área dos impostos indiretos. Fervorosa apaixonada por História, arte, viagens e fotografia. Apreciadora de boa gastronomia, música, caminhadas e praticante de yoga.